Chegou ao catálogo da Netflix o longa argentino “A Mulher da Fila”, produção que recria a jornada verídica de Andrea Casamento, mãe que enfrentou o sistema prisional de Buenos Aires para provar a inocência do filho mais velho.

Dirigido por Benjamín Ávila, o filme combina elementos de biografia, crime e drama para retratar um labirinto burocrático e emocional que coloca à prova relações familiares, preconceitos e estruturas de poder.

Enredo guia o espectador pelo cotidiano de Andrea

Com vida tranquila em um bairro de classe média, Andrea, interpretada por Natalia Oreiro, vê a rotina virar do avesso quando policiais invadem sua casa ao amanhecer. O primogênito Gustavo é levado, acusado de participação em um assalto à mão armada. Sem provas que convençam, a detenção gera julgamento público imediato: vizinhos desconfiam, amigos se afastam e o silêncio burocrático se impõe.

A Mulher da Fila mergulha nesse turbilhão. Ávila acompanha cada passo da protagonista, da porta da escola dos filhos menores às longas filas na frente da penitenciária. O roteiro, escrito pelo diretor ao lado de Marcelo Muller, enfatiza a repetição exaustiva de idas e vindas ao presídio, onde agentes revistam alimentos, perfuram sabonetes e submetem mães a inspeções constrangedoras.

Visitas funcionam como microcosmo da desigualdade

Dentro das filas, Andrea conhece outras mulheres que carregam histórias semelhantes. A amizade com “Vinte e Dois”, mãe de outro detento, cria espaço para raros momentos de respiro, como uma festa de aniversário do neto da nova amiga. Mesmo nessas pausas, o espectro da violência permanece, lembrando que esperança e medo caminham lado a lado.

Personagens sustentam ritmo de thriller emocional

Federico Heinrich (Gustavo) entrega um jovem dividido entre revolta e fragilidade, refletindo o impacto psicológico de uma prisão que pode ser injusta. Amparo Noguera surge como voz dissonante entre familiares dos internos, indicando que cada história guarda nuances próprias.

O elenco ganha apoio de Alberto Ammann, que vive Alejo, possível interesse amoroso de Andrea. O relacionamento, porém, nunca desvia o foco do enredo principal: a incansável busca de uma mãe pelo que considera justiça. Essa escolha de Ávila impede que o filme caia em romantizações, reforçando o caráter documental do drama.

Fotografia e montagem reforçam sensação de claustrofobia

Cenas externas iluminadas contrastam com corredores estreitos de delegacias e salas de espera. A câmera acompanha Andrea quase sempre de perto, criando atmosfera de urgência e ansiedade. Planos fechados nas mãos dela — segurando documentos, sacolas ou brinquedos — destacam o peso físico do processo.

Contexto real amplia relevância social

Andrea Casamento existe fora das telas. Após a prisão do filho, ela fundou a Associação Argentina de Familiares de Detentos (ACIFAD) e tornou-se delegada do Comitê das Nações Unidas para a Prevenção da Tortura. O filme sublinha essa trajetória, mas evita transformá-la em heroína infalível, mostrando momentos de impaciência, discussões familiares e falhas humanas.

Ao retratar uma história particular, A Mulher da Fila evidencia desafios vividos em diversos sistemas carcerários latino-americanos, tema que costuma atrair audiência no 365 Filmes. A narrativa reforça a discussão sobre presunção de inocência, condições de visitação e impacto psicológico em familiares.

Estreia ocorre antes de premiações de 2025

Lançado oficialmente em 2025, o longa chegou à Netflix com avaliação média de 8/10 em sites especializados, números que podem crescer com a visibilidade global da plataforma. Produção argentina mais recente de Benjamín Ávila desde “Infância Clandestina” (2011), o título já é cotado para festivais ao longo do próximo ano.

Serviço: onde assistir e dados técnicos

• Título original: A Mulher da Fila

• Direção: Benjamín Ávila

• Roteiro: Benjamín Ávila e Marcelo Muller

• Gênero: Biografia, Crime, Drama

• Ano de produção: 2025

• Elenco principal: Natalia Oreiro, Federico Heinrich, Amparo Noguera, Alberto Ammann

• Duração: 1h48

• Disponível na Netflix em todo o Brasil

A chegada de A Mulher da Fila ao streaming reforça o interesse do público por narrativas baseadas em fatos reais. Com linguagem direta e ritmo envolvente, o filme convida o espectador a atravessar filas, portões e sentimentos ao lado de Andrea, lembrando que a busca pela verdade, muitas vezes, é longa e exaustiva — mas nunca solitária.

Sou formada em Marketing Digital e criadora de conteúdo para web, com especialização no nicho de entretenimento. Trabalho desde 2021 combinando estratégias de marketing com a criação de conteúdo criativo. Minha fluência em inglês me permite acompanhar e desenvolver materiais baseados em tendências globais do setor.

Leave A Reply