O fantasma de uma capitã de vôlei assombra jogadoras adolescentes, e o ginásio se torna arena de culpas e segredos.
Assim começa Ataque 13, longa tailandês que chegou à Netflix com uma proposta ousada: fundir drama esportivo, suspense psicológico e vingança sobrenatural.
No centro da trama está Jin, aluna recém-transferida para um colégio prestigiado. Ela sonha em brilhar no time feminino de vôlei, mas logo descobre que a quadra abriga rivalidades perigosas e uma liderança abusiva.
A capitã Bussaba domina o grupo com intimidação, transformando cada treino em teste de resistência emocional. A tensão explode quando Bussaba é encontrada morta, desencadeando fenômenos que ameaçam toda a equipe.
Sinopse de Ataque 13
O roteiro apresenta Jin chegando à escola e tentando se enturmar no time. Entre saques e bloqueios, ela testemunha humilhações promovidas por Bussaba, ícone de popularidade que conquista professores e amedronta colegas.
Quando a capitã morre em circunstâncias suspeitas, a aparente rotina escolar desmorona. Jogadoras relatam passos ecoando no ginásio vazio, bolas quicando sozinhas e a sensação de serem observadas pelo olhar implacável da antiga líder.
Como o esporte se torna metáfora de medo
Ataque 13 usa o vôlei para refletir hierarquias e pressões. O som da bola batendo no piso, o rangido das arquibancadas e a rede balançando viram sinais de ameaça crescente. Cada ponto disputado na quadra espelha batalhas internas das personagens.
Quando o espectro de Bussaba surge, o jogo ganha nova regra: sobreviver. A equipe percebe que a verdadeira partida não é contra o rival do campeonato, mas contra culpas que ignorou enquanto a capitã exercia poder sem freio.
Temas sociais que atravessam o terror
Bullying, cultura da competição e omissão diante de abusos formam o coração do enredo. O filme sugere que a violência silenciosa em ambientes escolares cria fantasmas — literalmente — que voltam para cobrar.
Bussaba, mesmo após a morte, representa um sistema que recompensa status e despreza empatia. Ao confrontar a assombração, as jovens precisam admitir sua parcela de responsabilidade por ter permitido que o ciclo tóxico avançasse.
Imagem: Divulgação
O peso da culpa coletiva
Não existe heroína isenta: cada jogadora carrega lembranças de episódios em que se calou. Essa culpa compartilhada alimenta a presença sobrenatural, tornando o terror mais íntimo do que qualquer aparição de susto fácil.
Direção, elenco e aspectos visuais
Conduzido por Taweewat Wantha, Ataque 13 aposta em fotografia fria e planos abertos que criam sensação constante de vigilância. Corredores, vestiários e arquibancadas se transformam em labirintos, reforçando o clima de perigo iminente.
Korranid Laosubinprasoet interpreta Jin com vulnerabilidade convincente. Já Ladapa Thongkham, como Bussaba, mantém aura ameaçadora mesmo sem respirar. O elenco de apoio oferece cenas honestas de rivalidade e desespero, embora alguns personagens recebam menos destaque.
Pontos fracos que merecem atenção
Nem tudo é acerto no terror tailandês da Netflix. O roteiro de Ataque 13 se atrapalha ao estabelecer limites do sobrenatural: hora o fantasma é onipotente, hora parece restrito a regras não explicadas. Essa inconsistência reduz o impacto de certas reviravoltas.
O ritmo, cuidadosamente tenso nos dois primeiros atos, acelera demais no clímax. A pressa em entregar gritos e correria sacrifica a catarse emocional que o filme vinha construindo com paciência.
Vale a pena assistir Ataque 13?
Apesar das imperfeições, Ataque 13 oferece mais substância do que muitos terrores adolescentes. Quem procura sustos alinhados a críticas sociais sobre bullying e poder encontrará um título diferenciado no catálogo da Netflix.
No site 365 Filmes, destacamos que a mescla de drama esportivo e terror psicológico cria identidade própria. Se você gosta de histórias em que fantasmas servem como espelho de traumas reais, vale apertar o play e encarar a partida mais tensa da temporada.
