Tron: Ares, terceiro capítulo da franquia de ficção científica da Disney, superou a barreira dos US$ 125 milhões nos cinemas mundiais. Embora o resultado ainda fique aquém do necessário para cobrir seu alto orçamento, a produção conseguiu entrar no seleto grupo das 30 maiores bilheterias de 2025.

O longa, que traz Jared Leto ao lado de Jeff Bridges, Evan Peters, Greta Lee e Jodie Turner-Smith, mostra uma inteligência artificial atravessando para o mundo real. Com estreia marcada para 10 de outubro de 2025 no Brasil, o filme já apresenta números significativos, mas enfrenta o desafio de se pagar em um cenário competitivo.

Nova marca no ranking mundial

Dados atualizados do Box Office Mojo apontam que Tron: Ares acumula US$ 125,4 milhões em receita global. Deste total, US$ 65,1 milhões vêm do mercado doméstico norte-americano, enquanto outros US$ 60,3 milhões foram arrecadados em territórios internacionais.

Com esse desempenho, o longa ocupa a 27ª posição entre os filmes lançados em 2025, ultrapassando títulos como Smurfs (US$ 120,8 milhões), Karate Kid: Legends (US$ 117 milhões) e The Accountant 2 (US$ 103,2 milhões). Apesar da conquista, a distância para os blockbusters que lideram o ranking permanece considerável.

Custos elevados e ponto de equilíbrio

Produzir Tron: Ares custou US$ 180 milhões, valor que o torna o episódio mais caro da série, sem ajuste inflacionário. Especialistas do setor estimam que um filme precisa faturar cerca de 2,5 vezes seu orçamento para se pagar totalmente, o que elevaria o break-even da aventura eletrônica para algo em torno de US$ 450 milhões.

Nessa perspectiva, o atual desempenho ainda representa menos de 30% do valor necessário para cobrir gastos de produção, marketing e distribuição. Para atingir a marca, Tron: Ares dependeria de uma trajetória de bilheteria improvável ou de um impulso expressivo em pós-lançamentos, como vendas digitais e licenciamento para streaming.

Por que o orçamento não poderia ser menor?

Reduzir custos em uma produção tão dependente de efeitos visuais não é tarefa simples. Caso o longa tivesse sido realizado por menos de US$ 50 milhões, o equilíbrio financeiro já estaria ao alcance. No entanto, esse valor corresponde a biografias de menor escala, como The Smashing Machine, e não a uma marca de alto impacto visual como Tron.

Comparação com Tron: Legacy

A Disney decidiu seguir adiante com a sequência justamente porque Tron: Legacy rendeu mais de US$ 400 milhões em 2010, apesar de ter custado US$ 170 milhões na época — algo equivalente a cerca de US$ 251,9 milhões hoje, considerando a inflação.

Mesmo com o risco financeiro, Tron: Ares surgiu como uma aposta “menos ousada” do que seu antecessor, quando se observa o valor nominal. Ainda assim, o desempenho atual indica que o retorno pode não repetir o sucesso relativo de Legacy, abrindo espaço para questionamentos sobre a continuidade da saga nos cinemas.

Tron: Ares ultrapassa US$ 125 milhões e entra no Top 30 mundial de 2025 - Imagem do artigo original

Imagem:  Leah Gallo

Riscos e expectativas de franquia

O final de Tron: Ares abre caminho para novas histórias no universo digital, mas a viabilidade de um quarto filme dependerá do desempenho final. Receitas adicionais em vídeo sob demanda, mídias físicas e emissoras de TV poderão amenizar o prejuízo, porém dificilmente alcançarão a quantia necessária sem um salto notável nas salas de cinema.

Impacto no calendário de 2025

A performance de Tron: Ares ocorre em um ano repleto de estreias de peso. Mesmo atrás dos líderes de bilheteria, o longa conseguiu marcar presença em um top 30 competitivo, destacando-se em meio a animações familiares e continuações de terror, como Black Phone 2 (US$ 86,6 milhões) e The Monkey (US$ 68,9 milhões).

Para o público do site 365 Filmes, a trajetória do filme ilustra como o mercado de blockbusters pode ser imprevisível. Números chamativos nem sempre garantem retorno, principalmente quando grandes apostas visuais precisam de receitas robustas para justificar sequências.

Próximos passos para Tron

Enquanto a bilheteria evolui, a produção seguirá disponível nas telonas por mais algumas semanas, tentando atrair novos espectadores. O desempenho em mercados como China e Japão, aliados naturais de produções sci-fi, tende a influenciar o resultado final do projeto.

Mesmo que Tron: Ares não alcance o ponto de equilíbrio, seu legado pode refletir em produtos derivados, games e experiências interativas — áreas em que o conceito digital da franquia sempre se destacou. Por ora, porém, o futuro cinematográfico da saga permanece em suspenso.

Resta acompanhar se a inteligência artificial de Jared Leto ganhará fôlego para voltar às telas ou se este terceiro capítulo encerrará temporariamente a jornada neon da Disney nos cinemas.

Sou redator especializado em conteúdo de entretenimento para o mercado digital. Desde 2021, produzo análises, dicas e críticas sobre o mundo do entretenimento, com experiência como colunista em sites de referência.

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