O novo suspense político de Kathryn Bigelow, A House of Dynamite, chegou à Netflix deixando muita gente com a pulga atrás da orelha. O filme, dividido em três blocos, acompanha diferentes setores do governo dos Estados Unidos enquanto um ataque nuclear contra Chicago parece inevitável.

Quando os créditos sobem, a história termina sem revelar se a cidade foi atingida, se o presidente revidou ou até mesmo quem apertou o gatilho do míssil. Esse final aberto — que já movimenta discussões nas redes sociais e em portais como o 365 Filmes — foi escolha consciente da diretora. A seguir, reunimos tudo o que você precisa saber.

O que teria acontecido com Chicago e com o país?

No último ato, Major Daniel Gonzalez (Anthony Ramos) aparece ajoelhado do lado de fora da base no Alasca. A cena interrompe qualquer expectativa de explosões ou planos de contenção, deixando dúvidas sobre o sucesso da missão. Pelos indícios, Chicago pode ter sido atingida: Park (Greta Lee) e Rogers (Moses Ingram) são levadas a um bunker, enquanto o presidente (Idris Elba) autoriza o uso de seu código de lançamento.

Se a gigantesca metrópole realmente foi destruída, a ordem de retaliação provavelmente avançou, justificando o desespero de Baker (Sean Harris), que se suicida diante da perspectiva de perder a filha e testemunhar uma guerra total. Ainda assim, o longa nunca confirma esse cenário. Também existe a possibilidade — pouco otimista, mas citada — de o míssil ter falhado antes do impacto, o que explicaria o aparente alívio de Gonzalez.

Por que Bigelow não mostra a explosão?

Segundo a própria cineasta, a intenção era provocar reflexão sobre os riscos de armas nucleares, e não exibir destruição explícita. Mostrar a queda da bomba poderia, nas palavras do elenco, tornar o clímax “escuro demais” e dificultar a conversa que o filme pretende iniciar.

Quem disparou o míssil?

Outra pergunta sem resposta clara é a identidade do país inimigo. Em A House of Dynamite, diplomatas descartam China e Rússia, mas o roteiro evita citar qualquer outra nação. A decisão dialoga com uma tendência recente de Hollywood, vista em títulos como Top Gun: Maverick, que optam por antagonistas anônimos para evitar controvérsias internacionais.

A ausência de um adversário nomeado ajuda a discutir a ameaça nuclear de forma mais ampla. Dessa maneira, o espectador pode focar nas falhas de comunicação, na pressão política e no medo coletivo — elementos centrais na trama de Bigelow — ao invés de associar o conflito a geopolíticas específicas.

Impacto no suspense

Sem um vilão oficial, o perigo se torna quase abstrato, o que intensifica o clima de paranoia. Pessoas comuns, militares e altos funcionários lutam para reagir diante de um perigo que não tem rosto, reforçando a mensagem de vulnerabilidade.

Haverá A House of Dynamite 2?

A dúvida surge naturalmente, afinal um possível segundo filme poderia solucionar todas as pontas soltas. Entretanto, não há qualquer plano de continuação. Kathryn Bigelow nunca produziu uma sequência em sua carreira e, até o momento, a Netflix não sinalizou interesse em transformar a obra em franquia.

A equipe criativa defende que o ponto final é justamente a falta de respostas. Caso Bigelow quisesse mostrar a reconstrução de Chicago ou as consequências globais, essas cenas teriam entrado na versão final. Por isso, mesmo que o longa alcance recordes de audiência, não espere A House of Dynamite 2.

Final de A House of Dynamite: entenda o desfecho aberto e a chance de continuação - Imagem do artigo original

Imagem: Imagem: Divulgação

Por que o desfecho deve permanecer em aberto

De acordo com o roteirista Noah Oppenheim, a proposta é estimular o debate: quanta destruição estamos dispostos a aceitar em nome da segurança? Sem mostrar consequências definitivas, o público projeta seus próprios medos e interpretações, mantendo o assunto vivo após a sessão.

Elenco comenta o final ambíguo

Durante entrevistas promocionais, o elenco compartilhou percepções sobre o desfecho. Rebecca Ferguson (Capitã Olivia Walker) considera a ambiguidade “uma das melhores coisas do filme”, pois obriga cada pessoa a terminar a história na própria cabeça.

Sean Harris reforça a ideia, afirmando que “o ponto é justamente deixar que o público feche o ciclo”. Já Idris Elba revela não saber se o presidente retaliou, mas acredita que seu personagem pesaria o risco de aniquilar o planeta contra o sacrifício de milhões de vidas.

A visão de Anthony Ramos

Sobre a expressão de Gonzalez na última cena, Ramos descarta a hipótese de alívio: “Ele não acha que o míssil falhou. Há culpa, vergonha e tristeza profundas”. Ou seja, mesmo para quem viveu o personagem, o cenário imaginado é o pior possível.

Por que o filme gera tanta discussão?

Ao se recusar a responder perguntas básicas — Chicago explodiu? Houve retaliação? Quem atacou? — A House of Dynamite obriga o espectador a confrontar a imprevisibilidade da política internacional. Esse desconforto cria espaço para debates sobre protocolos de defesa e sobre a ética de revidar com ogivas nucleares.

Desde a estreia, fóruns online e redes sociais repercutem inúmeras teorias. Alguns apostam em falha técnica do míssil, outros acreditam na destruição total. Independentemente da teoria, a narrativa cumpre seu papel: manter viva a conversa sobre o perigo que paira quando potências mundiais operam no limite.

Convite ao diálogo

Se você ficou balançado pelo final ou quer dividir suas hipóteses, conte nos comentários. Afinal, quanto mais vozes participarem, mais ricas se tornam as reflexões propostas pelo longa.

A House of Dynamite permanece disponível no catálogo da Netflix. Assista, revisite as pistas, forme sua teoria e compartilhe. Pode ter certeza de que, no site 365 Filmes, continuaremos acompanhando toda discussão que esse explosivo título ainda promete gerar.

Sou redator especializado em conteúdo de entretenimento para o mercado digital. Desde 2021, produzo análises, dicas e críticas sobre o mundo do entretenimento, com experiência como colunista em sites de referência.

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