Denji volta a empunhar suas motosserras na tela grande, desta vez em Chainsaw Man: O Filme – Arco da Reze. O longa-metragem amplia a história vista no anime e entrega, sem filtros, tudo que o público já associa à obra: violência estilizada, humor estranho e um ritmo que mal dá tempo para respirar.
Ao mesmo tempo, o filme foi pensado para quem já conhece o universo criado por Tatsuki Fujimoto. Não há pausas para explicações, nem resumos de episódios anteriores. Quem chega sem bagagem pode se sentir perdido, mas os fãs ganham exatamente o espetáculo que esperavam.
Doze episódios depois: onde o filme começa
Os eventos se desenrolam logo após o 12º capítulo do anime. Denji, dublado por Kikunosuke Toya, tenta levar uma vida “normal” – algo que, para ele, inclui caçar demônios, sonhar com comida e fantasiar sobre amor. Power e Makima reaparecem brevemente, relembrando ao público o status dos personagens principais.
Essa continuidade direta faz do filme uma extensão natural da série. Em vez de recapitular, o roteiro mergulha de cabeça na nova fase e assume que o espectador já sabe quem é quem e o que está em jogo.
Romance improvável entre demônios e pipoca
A calmaria relativa termina quando Denji conhece Reze, interpretada por Reina Ueda. Misteriosa e carismática, a jovem desperta um sentimento diferente no protagonista: um amor genuíno, ainda que tão atrapalhado quanto ele. Os dois saem para encontros, assistem a filmes ruins e experimentam momentos quase normais.
Durante essa primeira metade, Chainsaw Man: O Filme – Arco da Reze flerta com a comédia romântica, contrastando cenas fofas com o pano de fundo sombrio de demônios e caçadores. A mistura reforça a identidade da franquia, capaz de alternar ternura e horror em poucos minutos.
Quando o Bomb Devil explode a paz
Todo o clima muda com a chegada do Bomb Devil. A partir daí, o romance é engolido por sequências de ação ultraviolentas. Explosões, membros decepados e corridas frenéticas tomam conta da tela, deixando claro por que o estúdio MAPPA apostou no formato cinematográfico.
A segunda metade é praticamente ininterrupta. Cada corte de câmera e cada trilha ensurdecedora trabalham para mergulhar o público em um caos visual que lembra um jogo de “Onde Está Wally?” no meio do apocalipse. É aqui que a experiência de assistir no cinema se justifica: a escala amplia o impacto.
Por que o espetáculo visual impressiona tanto
MAPPA abraça a estética exagerada que tornou o anime um sucesso. A fluidez da animação, combinada a enquadramentos rápidos e cores saturadas, transforma a sessão em um frenesi audiovisual. Mesmo quem já assistiu ao arco no mangá pode se surpreender com a forma como as lutas ganharam vida.
Imagem: Divulgação.
Demônios surgem com designs criativos, e Denji se move entre explosões e lâminas com velocidade quase abstrata. Quando o enredo dá sinais de pressa, a execução visual mantém o interesse do público.
Arco da Reze no cinema: vantagens e tropeços
Condensar um dos trechos mais complexos do mangá em pouco menos de duas horas tem custo. A relação entre Denji e Reze recebe menos desenvolvimento, fazendo com que parte da carga dramática se perca no caminho. Para fãs dedicados, ainda há impacto emocional no destino da personagem, mas quem chega agora sente tudo acontecer rápido demais.
Outra consequência da adaptação enxuta é a redução de tempo de tela para coadjuvantes importantes, como Aki e Power. O universo de Chainsaw Man, rico em figuras secundárias, fica restrito a um conto isolado de desejo e destruição.
Ainda vale para quem nunca viu o anime?
Para iniciantes, a ausência de contexto pode ser um obstáculo. O longa não explica regras, hierarquias ou motivações. A recomendação é assistir aos 12 episódios iniciais antes de encarar a telona, seja em serviços de streaming ou em maratonas domésticas.
É um presente para fãs, mas assusta novatos
Chainsaw Man: O Filme – Arco da Reze é, acima de tudo, um agrado ao público que já acompanha Denji desde o primeiro capítulo. O roteiro não pede desculpas pela falta de exposição, nem se preocupa em tornar a história mais acessível. Sangue, humor e estranheza dominam cada minuto.
Mesmo assim, a potência estética torna difícil ignorar o lançamento. Chainsaw Man continua sendo uma das produções de anime mais ousadas da atualidade e, no cinema, tudo ganha proporções ampliadas: o grotesco, o cômico e o trágico. Quem busca algo suave deve passar longe; quem quer adrenalina não sairá decepcionado.
Resumo rápido para não sair perdido
- Continuação direta do anime, sem recapitulação.
- Primeira metade foca no romance entre Denji e Reze.
- Bomb Devil dá início a batalhas sangrentas na segunda parte.
- Visual espetacular compensa enredo condensado.
- Indicado para fãs; iniciantes podem se sentir confusos.
Com mais acertos do que falhas, o longa reforça a identidade caótica de Chainsaw Man e confirma o estúdio MAPPA como especialista em ação de alto impacto. Aqui no 365 Filmes, seguimos de olho nas próximas adaptações que transformam páginas de mangá e capítulos de anime em grandes experiências de cinema.
