Enquanto muitos aguardam novidades de Star Wars nos cinemas, veio à tona que Adam Driver passou dois anos tentando tirar do papel um longa focado no destino de Ben Solo, seu personagem na nova trilogia. A revelação pegou a comunidade de surpresa e acendeu discussões sobre decisões criativas da Disney.

O ator contou que a ideia, batizada de “A Caça a Ben Solo”, chegou a ter roteiro, diretor de peso e apoio interno na Lucasfilm, mas acabou barrada pela cúpula da Disney. Entenda, a seguir, como o projeto nasceu, por que foi engavetado e o que isso significa para o futuro da saga.

Como nasceu “A Caça a Ben Solo”

De acordo com entrevista de Adam Driver ao repórter Jake Coyle, da Associated Press, o plano começou logo depois de Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019). Driver acreditava que havia pontas soltas na jornada de redenção de Ben Solo e apresentou o conceito a Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, e a Dave Filoni, diretor criativo do estúdio.

O projeto ganhou força quando Steven Soderbergh, vencedor do Oscar por Traffic e conhecido por Onze Homens e um Segredo, aceitou dirigir. O roteiro ficou nas mãos de Scott Z. Burns, colaborador frequente de Soderbergh em Contágio e O Desinformante. Segundo Driver, o longa se passaria após os eventos do Episódio IX e mergulharia nas consequências do sacrifício do personagem.

Equipe de peso envolvida

A parceria entre Driver, Soderbergh e Burns prometia um olhar mais adulto para a galáxia distante, balanceando drama, ação e exploração do universo Jedi pós-guerra. Kennedy e Filoni teriam dado sinal verde preliminar, o que levou a dupla criativa a trabalhar por cerca de dois anos no roteiro.

Por que a Disney vetou a produção

Apesar do aval da Lucasfilm, a decisão final cabe ao alto escalão da Walt Disney Company. Segundo fontes ouvidas pelo ator, o CEO Bob Iger e o copresidente da Disney Entertainment, Alan Bergman, não se convenceram da ideia de “reviver” Ben Solo. O personagem morre em Exegol ao transferir sua energia vital para salvar Rey, fato que os executivos consideraram definitivo demais para justificar um retorno.

Nos bastidores, comenta-se que Iger e Bergman avaliaram que um filme centrado em um personagem já sacrificado poderia confundir o público casual e atrapalhar o planejamento de novas histórias. Para eles, era melhor investir em tramas inéditas do que explicar a ressurreição – prática, vale lembrar, comum no próprio cânone de Star Wars.

A morte como obstáculo narrativo

O veto causou estranhamento, já que a franquia trabalha rotineiramente com clones, fantasmas da Força e planetas onde o véu entre vida e morte é tênue, como Exegol. Driver destacou que o laço de Ben com Rey formava uma díade da Força poderosa o suficiente para tornar plausível qualquer retorno.

Potencial inexplorado de Ben Solo

Ben Solo se destaca por ser, talvez, o personagem mais complexo da trilogia recente. Sua virada final em A Ascensão Skywalker ocorre em poucos minutos, deixando pouco espaço para mostrar o peso de suas escolhas. “A Caça a Ben Solo” pretendia justamente acompanhar essa caminhada de redenção prolongada, algo que seu avô Anakin não pôde vivenciar após destruir o Imperador.

Adam Driver teve filme de Ben Solo rejeitado pela Disney e fãs lamentam perda para Star Wars - Imagem do artigo original

Imagem: Imagem: Divulgação

Fãs argumentam que seria a oportunidade perfeita para equilibrar nostalgia e novidade: Ben, agora livre do lado sombrio, poderia criar uma nova ordem Jedi ao lado de Rey, explorando conceitos de equilíbrio da Força ainda inéditos no cinema.

Reação do público e das redes

Desde que a notícia veio à tona, as redes sociais foram tomadas por debates. Hashtags pedindo a retomada do projeto apareceram no X (antigo Twitter), com comparações a Deadpool, personagem que só conseguiu sair do papel após vazamento estratégico de teste de filmagem em 2014. No site Resumo de Novelas, leitores acostumados a tramas dramáticas identificaram na história de redenção de Ben um enredo digno de folhetim interestelar.

Agenda atual da Lucasfilm não inclui Ben Solo

No calendário oficial, não há sinal de “A Caça a Ben Solo”. A Lucasfilm concentra esforços em:

  • Mandalorian & Grogu, previsto para 2026;
  • Star Wars: Starfighter, de Shawn Levy, marcado para 2027, com elenco totalmente novo;
  • Dawn of the Jedi, dirigido por James Mangold, ambientado no passado remoto da Ordem Jedi;
  • Filme de Rey Skywalker (A Nova Ordem Jedi), protagonizado novamente por Daisy Ridley.

Nenhum desses títulos menciona participação de Ben, nem mesmo em forma de fantasma da Força. A ausência reforça a impressão de que, pelo menos por ora, a Lucasfilm segue outro caminho.

A esperança não morre tão cedo

Embora a chance pareça remota, precedentes existem. Projetos cancelados já foram ressuscitados antes na saga, como a série animada The Clone Wars, finalizada anos depois graças à mobilização dos fãs. Resta saber se o clamor atual terá força parecida para colocar Adam Driver mais uma vez sob o capacete – ou túnica – de Ben Solo.

O que vem a seguir para Star Wars no cinema

Com salas de exibição voltando a receber blockbusters da franquia após um hiato desde A Ascensão Skywalker, a Disney quer diversificar narrativas: um filme centrado em Grogu, outro que explora os primórdios dos Jedi e um thriller de piloto espacial. Essa variedade aponta para uma estratégia de expansão de público, ainda que deixe personagens queridos, como Ben Solo, em segundo plano.

Enquanto isso, Adam Driver segue com agenda cheia em Hollywood. Recentemente, estrelou Ferrari, de Michael Mann, e permanece aberto a retornar à saga caso a porta se reabra. Por ora, porém, “A Caça a Ben Solo” fica apenas como uma grande “e se” na galáxia muito, muito distante.

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