Quando Robert Zemeckis lançou a trilogia De Volta para o Futuro, o diretor não imaginava que muitas das tecnologias exibidas em cena deixariam de ser ficção e se tornariam parte do cotidiano. Três décadas depois, fãs percebem que vários “gadgets” de Marty McFly não só existem, como são comuns.
Da popularização dos drones ao avanço dos pagamentos por aproximação, estas invenções mostram como o cinema consegue, vez ou outra, captar tendências reais. 365 Filmes lista a seguir 10 previsões de De Volta para o Futuro que se confirmaram, mantendo todas as datas e detalhes exibidos nos longas.
Drones pessoais ganham o céu
No segundo filme, um drone passeia pela rua “passeando” com um cachorro. Em 1989, essa cena parecia piada futurista. Embora aeronaves não tripuladas existam desde a Primeira Guerra Mundial, só em 2006 a FAA emitiu as primeiras licenças comerciais nos Estados Unidos.
A partir de 2016, drones de consumo passaram a ser vendidos em escala global para fotografia, filmagem e entregas. Ainda não vemos drones guiando pets por aí, mas a previsão de veículos aéreos autônomos ao alcance do público se confirmou.
Tablets deixam de ser ficção
Quando Marty encontra um personagem segurando um computador de mão, o conceito parecia distante: na década de 1980, computadores domésticos eram grandes e pesados. Havia protótipos portáteis, porém com quase cinco quilos.
Nos anos 1990, celulares ganharam funções de computador, e em 2000 a Microsoft apresentou tablets funcionais. A partir de 2010, o formato dominou o mercado de dispositivos móveis, validando mais uma das previsões de De Volta para o Futuro.
Pagamentos sem contato chegam às lojas
No mesmo filme, Biff usa um dispositivo móvel para pagar uma conta, sem dinheiro ou cartão. Em 1989, cartões ainda dependiam de máquinas manuais de tarja magnética. A ideia de encostar um aparelho para concluir compras parecia delírio.
Seis anos depois, em 1995, o sistema de transporte de ônibus na Coreia do Sul lançou o primeiro pagamento sem contato. Nos Estados Unidos, a tecnologia chegou em 2004. Cartões contactless apareceram em 2008, e, em 2011, Google Wallet e Android Pay popularizaram o método via smartphone. Hoje, é rotina aproximar o celular no caixa.
Videochamadas em qualquer tela
George McFly conversa com colegas pela TV gigante da sala. Videochamadas existem desde o fim do século XIX com imagens estáticas, mas só no início dos anos 1960 surgiram versões rudimentares para empresas.
Em 1994, lançaram a primeira webcam comercial, e, no fim dos anos 1990, plataformas de videoconferência se espalharam por desktops. Atualmente, encontros virtuais acontecem via celulares, tablets e até relógios, comprovando a visão futurista do longa.
Identificação biométrica no dia a dia
Jennifer usa um “thumb pad” para confirmar identidade e destrancar portas. No roteiro, a biometria também libera pagamentos e acesso a residências, algo distante na época das chaves convencionais.
Nos anos 1990, scanners de rosto e digitais começaram a ser vendidos comercialmente. Na década de 2000, celulares adotaram leitores biométricos, e cofres passaram a abandonar fechaduras mecânicas, tal qual mostrado no filme.
Imagem: Imagem: Divulgação
Roupas inteligentes entram em cena
A jaqueta de Marty se autoajusta e seca sozinha após ficar encharcada. Embora empresas tenham lançado tênis inspirados na produção como ação de marketing, a tecnologia de roupas inteligentes avançou além da ficção.
Hoje, há tecidos que se adaptam à temperatura usando sensores conectados por Wi-Fi. Em 2015, uma campanha no Kickstarter propôs criar uma jaqueta com secagem automática, mostrando que o conceito saiu da tela para a prancheta.
Carros movidos a hidrogênio despontam
O DeLorean usa hidrogênio como combustível (antes de viajar no tempo). Sem a parte da viagem temporal, o motor ecológico já é realidade. Em 2015, Michael J. Fox e Christopher Lloyd estrelaram comerciais do Toyota Mirai, modelo que incorpora a tecnologia e reforça a profecia da franquia.
A iniciativa faz parte das estratégias da indústria automotiva para reduzir emissões de carbono, substituindo a gasolina por alternativas mais limpas.
Tecnologia vestível chega aos olhos
Os “óculos de vídeo” de Marty exibem chamadas telefônicas, programas de TV e informações diversas. O adereço causou estranhamento em 1989, mas se concretizou cerca de 20 anos depois.
Empresas como Google, Sony e, mais recentemente, Apple, lançaram óculos inteligentes com realidade aumentada e recursos de áudio integrado, cumprindo a previsão de telas acopladas ao rosto.
Relógios que preveem o tempo
Doc Brown consulta seu smartwatch e acerta, no segundo exato, o fim da chuva. Embora os primeiros relógios “inteligentes” datem de 1994, eles eram muito limitados.
A popularização veio na década de 2010, acompanhada de apps de clima cada vez mais precisos. Serviços como AccuWeather entregam previsões de início e término de chuvas diretamente no pulso, algo impensável quando o filme chegou aos cinemas.
Jogos sem controle viram padrão
Na lanchonete do futuro, crianças estranham o fato de Marty precisar usar as mãos para jogar. Com o passar do tempo, a profecia foi ganhando corpo.
A partir de 2010, dispositivos como Kinect, PlayStation Camera e Leap Motion permitiram interações por gestos e reconhecimento corporal, dispensando joysticks. A brincadeira futurista virou produto de prateleira, fechando a lista de acertos da saga.
