Um dos maiores segredos do universo Star Wars sempre foi a real extensão do conhecimento de Conde Dookan sobre o chamado “Grande Plano” de Darth Sidious. O ex-Jedi, convertido em lorde Sith e líder público dos Separatistas, movimentou as peças que deram início à Guerra dos Clones.
Agora, “Star Wars: Master of Evil”, de Adam Christopher, reacende o debate ao trazer um trecho que parece conflitar com obras canônicas anteriores. A passagem sugere que Dooku acreditava na vitória da Confederação de Sistemas Independentes, colocando em xeque o que já se sabia sobre sua cumplicidade com Palpatine.
Como Dooku preparou os dois lados do conflito
Antes mesmo da Batalha de Geonosis, Dooku foi decisivo para armar tanto a República quanto os Separatistas. Seguindo ordens de Palpatine, ele assumiu o projeto secreto do mestre Jedi Sifo-Dyas e encomendou o exército clone em Kamino. Com Sifo-Dyas morto, apresentou-se aos kaminoanos como cliente legítimo e manteve a produção em segredo.
A iniciativa permitiu que Darth Sidious adicionasse chips inibidores aos soldados, transformando o exército da República em arma oculta contra a Ordem Jedi. Para ganhar tempo, Dooku eliminou dos Arquivos Jedi a localização de Kamino, atrasando qualquer descoberta até que Palpatine considerasse o momento ideal.
Formação da Confederação Separatista
Paralelamente, o lorde Sith reuniu megacorporações, sistemas planetários e líderes descontentes para criar a Confederação de Sistemas Independentes. Embora denunciasse a corrupção da República, a aliança funcionava, na prática, sob controle total dos Sith.
Além disso, Dooku supervisionou a transformação de Grievous em general ciborgue e cuidou de iniciativas que prolongassem os combates, assegurando que o conflito seguisse o cronograma de seu mestre.
O que o cânone dizia sobre o pós-guerra
Fontes consolidadas de Star Wars indicam que Dooku conhecia pontos-chave do plano de Sidious, inclusive a Ordem 66. A programação secreta definiria a eliminação dos Jedi, facilitando o surgimento de um novo regime galáctico.
Nas animações de “The Clone Wars”, o conde sabota acordos de paz e prolonga batalhas quando necessário, evidenciando ciência de que o conflito precisava durar até a sequência final de eventos planejada por Palpatine.
Derrota Separatista era previsão conhecida
Diversos materiais canônicos também afirmavam que Dooku sabia que a Confederação acabaria derrotada. Ele esperava participar do governo subsequente — possivelmente ao lado de Sidious ou, seguindo a tradição Sith, traindo o mestre no momento certo para governar sozinho.
Porém, “A Vingança dos Sith” mostra que o lorde do lado sombrio era apenas mais um peão: Palpatine já preparava Anakin Skywalker para substituí-lo, e Dooku é morto no resgate de Palpatine durante a Batalha de Coruscant.
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Novo romance levanta contradição
Publicada recentemente, a obra “Star Wars: Master of Evil” apresenta um prólogo ambientado na Guerra dos Clones. No trecho, Dooku busca um ponto de energia do lado sombrio para Sidious e, durante a missão, reflete que “Dooku e os Separatistas venceriam a guerra, abrindo caminho para o reinado dos Sith”.
A frase surpreende por contradizer histórias anteriores onde o conde tinha plena ciência de que a vitória seria da República, já controlada pelos Sith através de Palpatine. Caso a interpretação seja literal, significa que Sidious ocultou do aprendiz detalhes essenciais do plano final.
Incompatibilidade com cronologia estabelecida
Até então, a narrativa mais aceita sustentava que manter a República intacta e, depois, transformá-la no Império seria a rota de menor resistência para o poder absoluto. Dooku, ciente da influência de Palpatine no Senado, reconhecia a inevitável reintegração dos mundos Separatistas após a guerra.
O novo trecho, portanto, cria um ponto de tensão na continuidade da saga. Não há, até o momento, posicionamento oficial da Lucasfilm sobre a aparente divergência, e fãs discutem se o comentário deve ser encarado como erro isolado ou como sinal de possível retcon.
Impacto para futuros projetos de Star Wars
Enquanto a dúvida persiste, “Master of Evil” já está nas livrarias e promete ampliar o debate entre estudiosos da cronologia Star Wars e leitores dedicados. A obra se concentra em Darth Vader após “A Vingança dos Sith”, mas o breve prólogo com Dooku foi suficiente para reacender o tema.
Para quem acompanha cada detalhe da galáxia muito, muito distante — inclusive aqui no 365 Filmes — a contradição serve de lembrete sobre a constante evolução do cânone. Novas publicações podem reforçar, corrigir ou até reescrever fatos antes tidos como imutáveis.
Por ora, todas as fontes permanecem válidas: Dooku foi peça essencial na criação do exército clone e da máquina separatista, sabia da Ordem 66 e atuou para estender o conflito até o momento definido por Sidious. Resta acompanhar os próximos lançamentos para descobrir se o lorde Sith, afinal, entendia ou não o destino completo da Guerra dos Clones.
