Predator: Badlands, terceiro capítulo da franquia comandado por Dan Trachtenberg, chegou às telas prometendo reinventar o universo dos caçadores intergalácticos. A produção consegue impressionar pela cadência ininterrupta de ação estilizada, porém deixa questões mais densas em segundo plano.

Com classificação PG-13 e duração de 107 minutos, o filme estreia em 5 de novembro de 2025 e já coleciona avaliações medianas, como a nota 6/10 atribuída pela crítica original. A recepção destaca qualidades visuais e a tentativa de ampliar a mitologia dos Yautja, mas também aponta certa “leveza” temática incomum à saga.

Do que se trata Predator: Badlands

A trama coloca o jovem Yautja Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi) em uma missão para provar valor no planeta inóspito Genna. Menor que seus conterrâneos e visto como “fraco” por seu pai, ele parte em busca do lendário Kalisk, criatura supostamente invencível. O roteiro, escrito por Trachtenberg ao lado de Patrick Aison e dos irmãos John e Jim Thomas, foca na jornada de autoafirmação do protagonista.

No caminho, Dek conhece Thia, androide interpretada por Elle Fanning que perdeu metade do corpo e passa a ser carregada pelo guerreiro em uma engenhoca improvisada. A parceria se desenvolve entre ataques de fauna letal – árvores que esmagam, flores com dardos paralizantes e vermes explosivos – e enfrenta ainda os interesses corporativos da Weyland-Yutani, empresa famosa no universo Alien.

Elenco e personagens

Elle Fanning domina a tela em dois papéis distintos: a falante Thia, que lembra sidekicks clássicos dos filmes de animação, e Tessa, sintética de personalidade fria. Já Schuster-Koloamatangi convence mesmo sob camadas de maquiagem e CGI, comunicando a vulnerabilidade de Dek principalmente através do olhar.

Ação ininterrupta, drama contido

Logo na sequência de abertura, Trachtenberg apresenta um duelo de espadas de plasma entre Dek e o irmão Kwei, usando câmeras dinâmicas e um design de caverna impressionante em Yautja Prime. Esse ritmo se mantém por cerca de 20 minutos até o título surgir na tela, estabelecendo o tom frenético que se estende pelo restante da produção.

Apesar do visual impactante, a decisão do diretor de privilegiar o espetáculo resulta em discussões sociais e políticas apenas sugeridas. Diferente do clássico de 1987, que ironizava o excepcionalismo norte-americano, ou do segundo filme, que satirizava a corrupção de Los Angeles, Badlands toca de leve em temas como a exploração corporativa do ambiente e a solidariedade entre “refugos” da sociedade, mas não aprofunda.

Fotografia e efeitos

Filmado na Nova Zelândia pelo diretor de fotografia Jeff Cutter (o mesmo de Prey), o longa exibe paisagens alienígenas de cair o queixo, realçadas por cores vivas. Alguns efeitos digitais denunciam orçamento apertado, porém a imersão raramente se perde. Mesmo com litros de “gosma alien” na tela, o resultado é esteticamente agradável.

Expansão do lore dos Yautja

Badlands investe em detalhes culturais da espécie caçadora, comparando-a a sociedades honoríficas fictícias como os Klingons de Jornada nas Estrelas. Esse aprofundamento inclui rituais de conquista, código patriarcal e a simbologia da tão cobiçada capa de invisibilidade, presente que Dek busca conquistar.

Ainda que o filme não seja um crossover oficial, a participação da Weyland-Yutani estabelece ponte direta com a franquia Alien e insinua críticas ao avanço tecnológico em detrimento da natureza. Essa conexão agrada fãs de longa data e cria expectativa para possíveis continuações.

Tonalidade PG-13

A opção por reduzir a violência gráfica faz o diretor flertar com um clima que alguns espectadores descrevem como “Disneyficado”. Há humor leve, principalmente nas tiradas de Thia, e momentos de ternura que contrastam com o histórico de brutalidade da série Predator. Para parte do público, esse equilíbrio funciona; para outra, diminui o impacto.

Recepção e avaliação

Com lançamento marcado para novembro de 2025, Predator: Badlands antecipou buzz significativo e já recebeu nota 6/10 em análises iniciais. Críticos enfatizam que, embora o longa seja “divertido e eficaz” como espetáculo de ação, falta o peso temático que garantiu longevidade aos predecessores.

No entanto, a atuação carismática de Elle Fanning, aliada ao visual exuberante e à ampliação do universo Yautja, faz a experiência valer para fãs e curiosos. Aqui no 365 Filmes, a expectativa gira em torno de como Trachtenberg integrará esses novos elementos em futuros capítulos.

Ficha técnica resumida

  • Título original: Predator: Badlands
  • Direção: Dan Trachtenberg
  • Roteiro: Dan Trachtenberg, Patrick Aison, John Thomas, Jim Thomas
  • Elenco principal: Elle Fanning (Thia/Tessa), Dimitrius Schuster-Koloamatangi (Dek/Pai)
  • Gêneros: Ação, Ficção científica, Aventura, Thriller
  • Duração: 107 minutos
  • Lançamento: 5 de novembro de 2025
  • Classificação: PG-13
  • Produtores: Brent O’Connor, John Davis, Marc Toberoff, Dan Trachtenberg, Ben Rosenblatt

Predator: Badlands pode não atingir as mesmas camadas de crítica social vistas em longas anteriores, mas entrega cenas eletrizantes e um ponto de vista inédito sobre a sociedade Yautja. Resta saber se, em capítulos futuros, essa nova abordagem encontrará espaço para mergulhar mais fundo nos temas que a franquia sempre soube explorar.

Sou redator especializado em conteúdo de entretenimento para o mercado digital. Desde 2021, produzo análises, dicas e críticas sobre o mundo do entretenimento, com experiência como colunista em sites de referência.

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