Derry nunca foi um lugar acolhedor, mas o segundo episódio de It: Bem-Vindos a Derry deixa claro que a cidade está afundada numa espiral de medo e violência.
Entre criaturas sobrenaturais, racismo institucionalizado e segredos militares, o capítulo costura cenas perturbadoras que mantêm o público grudado na tela.
Dirigido por Andy Muschietti, o episódio mergulha ainda mais fundo na psique dos moradores nos anos 1960. Não há respiro: cada rua, cada olhar e cada silêncio carrega uma ameaça. A seguir, o 365 Filmes reúne os principais acontecimentos.
Massacre no cinema volta com detalhes chocantes
O roteiro reabre o Capitol Theatre exatamente onde o piloto parou. A cena do massacre, agora mostrada sem cortes, expõe as mortes de Phil, Theodore e Susie. A sequência é vivida como um pesadelo por Lilly, evidenciando que o luto não encontra espaço em Derry. O sangue nas poltronas, os gritos ecoando e a sensação de impotência definem o tom do capítulo.
Enquanto a população minimiza a tragédia com piadas frias, Lilly e Ronnie afundam em trauma. A indiferença coletiva serve de combustível para a entidade conhecida como IT, que prospera quando o medo é ignorado.
Racismo torna Hank Grogan alvo de perseguição
Sem investigar a fundo, a polícia local e o chefe Clint Bowers elegem Hank Grogan, pai de Ronnie, como suspeito principal das mortes. A única “prova”: ele é negro. A série escancara o racismo estrutural da época e reforça que o mal de Derry também é humano.
Clint pressiona Lilly a mentir para incriminar Hank. A menina, aterrorizada, cede. O momento revela como o pavor manipula crianças e adultos, servindo aos propósitos sombrios de Pennywise.
Cena no mercado traz o retorno mais assustador de Pennywise
O encontro mais impactante ocorre num simples mercado de bairro. Ao tentar comprar mantimentos, Lilly encara frascos de picles que ganham vida. Dentro deles, surge o rosto dilacerado do pai dela, sinal de abusos antigos. O horror físico se mistura ao psicológico, fazendo da sequência uma das mais perturbadoras da série.
Pennywise aparece em rápidos flashes, com o sorriso sinistro que se tornou marca registrada. A manifestação reforça que o palhaço transcende forma e espaço, atacando onde a mente está mais frágil.
Juniper Hill reaparece como símbolo de desespero
Após os eventos no mercado, Lilly é novamente internada no manicômio Juniper Hill. A decisão, tomada pelos adultos para “protegê-la”, serve apenas para isolá-la num ambiente onde o IT exerce controle total. O hospital, sombrio e úmido, ecoa gritos que ressoam pelos corredores.
Lilly encara medicações forçadas, quartos acolchoados e a constante ameaça de alucinações. Pennywise, por sua vez, sussurra promessas de liberdade, testando os limites mentais da garota.
Imagem: HBO.
Ronnie enfrenta trauma em sequência visceral
Distante da amiga, Ronnie experimenta um terror pessoal. Ela se vê presa em um útero simbólico, repleto de sangue e lembranças da mãe falecida. Para escapar, corta o próprio “cordão” que a aprisiona. A metáfora visual de renascimento, embora libertadora, deixa cicatrizes profundas.
É a prova de que ninguém sai ileso de Derry. A coragem infantil contrasta com a brutalidade das visões, criando uma das cenas mais discutidas entre fãs.
Hallorann e Hanlon descobrem carro repleto de ossos
Paralelamente às tramas infantis, o enredo introduz Leroy Hanlon e Dick Hallorann, veterano de O Iluminado. Hallorann, dono do “brilho” telepático, trabalha na base aérea local e alerta o coronel Fuller sobre algo enterrado nos arredores.
Escavações revelam um carro antigo, perfurado por dezenas de balas e abarrotado de esqueletos. A descoberta sugere que o governo tenta transformar o mal de Derry em arma secreta. Mais uma vez, a ganância humana flerta com forças que não compreende.
Pistas conectam diferentes obras de Stephen King
A presença de Hallorann liga It: Bem-Vindos a Derry Episódio 2 a outros títulos do autor, criando um universo interligado. Os fãs podem identificar referências sutis ao Overlook Hotel e a Salem’s Lot, aumentando a expectativa para os próximos capítulos.
Clima opressivo reforça tema central: o medo alimenta o mal
Do massacre inicial à conspiração militar, cada núcleo mostra que o terror nasce do silêncio. Derry se mantém cúmplice, seja ao culpar injustamente Hank, seja ao ignorar as crianças traumatizadas. Pennywise usa essa apatia para se fortalecer.
O episódio termina sem esperança imediata. Lilly permanece em Juniper Hill, Ronnie ainda luta contra lembranças maternas e Hank continua preso num sistema racista. Nas sombras, o palhaço observa, à espera de mais medo para devorar.
O que esperar do próximo capítulo
Embora a série mantenha segredos bem guardados, sinais indicam que novas vítimas aparecerão. A escavação militar deve ampliar o alcance do horror, e Pennywise certamente explorará falhas emocionais ainda não reveladas.
Para quem busca um terror que combina crítica social e sustos genuínos, It: Bem-Vindos a Derry Episódio 2 estabelece um padrão elevado. Resta ao público decidir se tem coragem de continuar essa jornada pela cidade mais sombria da literatura de Stephen King.
