Tommy Dorfman faz sua estreia em longas-metragens com I Wish You All the Best, adaptação do livro homônimo de Mason Deaver.

O filme acompanha Ben, adolescente não-binárie que precisa recomeçar a vida após ser rejeitado pelos pais conservadores e religiosos.

Enredo gira em torno da busca por pertencimento

Ben, interpretade por Corey Fogelmanis, esconde a fluidez de gênero sob moletons largos e escuros. Após criar coragem e se revelar para a família, recebe uma reação negativa: acaba expulse de casa em pleno inverno de 30 °F (cerca de −1 °C).

Sem alternativas, Ben telefona para a irmã mais velha, Hannah (Alexandra Daddario), com quem não fala há dez anos. Ela o acolhe em seu novo lar ao lado do marido, Thomas (Cole Sprouse), e do bebê recém-nascido, Cyrus.

Nova escola, novos desafios

Para permitir que o caçula volte às aulas, Thomas, professor de química, falsifica uma carta de autorização dos pais. Assim, Ben se matricula na progressista North Wake High School, apelidada pelos estudantes de “North Woke”.

Nesse ambiente, Ben faz amizade com Nathan (Miles Gutierrez-Riley), colega bissexual que logo se torna interesse romântico. A dupla recebe apoio da professora de artes, Ms. Lyons, vivida por Lena Dunham, personagem carismática, mas escrita nos moldes de “mentora excêntrica”.

Trabalho e descobertas fora da sala de aula

Como a família enfrenta dificuldades financeiras, Ben arruma emprego no Perennial Days Senior Center. Sob a supervisão de Chris (Brian Michael Smith), ajuda na terapia artística de pacientes com Alzheimer e demência. O contato com tinta, telas e memórias reforça a importância da autoexpressão.

À noite, longe dos olhares alheios, Ben experimenta um baby-doll de seda e passa brilho labial. Esses gestos íntimos destacam a relevância do toque e da textura na afirmação de identidade de pessoas trans e não-binárias, ponto que o filme costura de forma delicada.

Tommy Dorfman equilibra poesia e realidade

A diretora conduziu roteiro e câmera para mostrar tanto o encanto quanto a dor da descoberta de si mesme. Sequências como a do espelho embaçado, em que Ben literalmente se revela, recebem enquadramentos poéticos; já momentos de conflito familiar expõem a violência psicológica sofrida por jovens LGBTQIA+ em lares conservadores.

Em certos trechos, o longa recorre a clichês de filmes colegiais: festas regadas a álcool, primeiras experiências com maconha e discussões repentinas. Segundo a crítica internacional que avaliou a produção com 7/10, essa pressa em cumprir etapas do gênero pode causar sensação de narrativa acelerada.

Elenco sustenta a narrativa

Corey Fogelmanis é apontade como revelação ao transitar com naturalidade entre o trauma e a alegria de seu personagem. Alexandra Daddario, Cole Sprouse e Miles Gutierrez-Riley completam o núcleo principal, oferecendo suporte sólido à trama.

Lena Dunham adiciona leveza, embora sua Ms. Lyons se encaixe no arquétipo de “professora alternativa”. Já Brian Michael Smith entrega carisma como gerente do asilo, reforçando a rede de adultos confiáveis que circunda Ben.

Ficha técnica e dados de lançamento

I Wish You All the Best tem 92 minutos de duração e chega aos cinemas em 8 de março de 2024. O roteiro leva assinatura de Mason Deaver, autor do livro, ao lado de Tommy Dorfman. A produção se enquadra no gênero drama e foca na representação da adolescência trans, ainda rara em Hollywood.

Para o público do 365 Filmes, vale destacar que a obra subverte convenções do coming-of-age ao colocar uma pessoa não-binárie no centro da jornada. Mesmo utilizando alguns recursos conhecidos, o longa oferece visibilidade a vivências pouco vistas em telas comerciais.

Principais nomes no elenco

Corey Fogelmanis – Ben
Alexandra Daddario – Hannah
Cole Sprouse – Thomas
Miles Gutierrez-Riley – Nathan
Lena Dunham – Ms. Lyons
Brian Michael Smith – Chris

Por que o filme chama atenção

Com o aumento de discursos transfóbicos e apagamento bissexual em diferentes sociedades, a simples existência de uma história centrada em pessoa não-binária adolescente carrega peso político. I Wish You All the Best demonstra que a fase de “ser um jovem atrapalhado” não se limita a quem se encaixa na norma cisgênera.

Ao final, o longa reforça uma mensagem de esperança: existe espaço para erros, dúvidas e recomeços, mesmo quando o mundo insiste em impor rótulos fixos.

Palavras-chave e termos relacionados

Drama juvenil, representação trans, adolescência não-binária, cinema LGBTQIA+, Tommy Dorfman, Mason Deaver, Cole Sprouse, Alexandra Daddario, 365 Filmes.

Sou redator especializado em conteúdo de entretenimento para o mercado digital. Desde 2021, produzo análises, dicas e críticas sobre o mundo do entretenimento, com experiência como colunista em sites de referência.

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