Não é raro um longa de artes marciais ganhar segunda, terceira e até quarta partes que jamais alcançam a força do ponto de partida. Mesmo assim, existem raras exceções em que a continuação supera o original e merece ser vista sozinha.
Pensando nisso, o 365 Filmes reuniu cinco exemplos marcantes em que o número 2, 3 ou 4 no título não é sinônimo de “mais do mesmo”. Prepare o balde de pipoca, porque essas produções entregam ação de sobra e dispensam qualquer preparação prévia.
Missing in Action 2: The Beginning (1985)
Entre 1984 e 1988, Chuck Norris viveu o coronel Thomas Braddock em três aventuras cheias de pancadaria. O curioso é que o segundo filme, embora fosse uma pré-história, acabou sendo lançado depois. O resultado? Uma produção muito mais empolgante que o primeiro título.
Em Missing in Action 2: The Beginning, a trama acompanha Braddock ainda como prisioneiro de guerra no Vietnã. O roteiro dá espaço para Norris exibir chutes giratórios, golpes de karatê e um clímax minuciosamente coreografado. Como a história é independente, basta apertar o play sem medo de ficar perdido.
Return of the Sentimental Swordsman (1981)
O estúdio Shaw Brothers lançou O Espadachim Sentimental em 1977, mas foi apenas na sequência que o potencial da dupla de heróis se concretizou. Return of the Sentimental Swordsman traz conflito mais envolvente, personagens secundários carismáticos e uma batalha final três-contra-um que já virou cult entre fãs de wuxia.
A produção dá um breve resumo dos acontecimentos anteriores, então o espectador entende facilmente a rivalidade com o enigmático Ladrão Flor de Ameixa. Além disso, a continuação investe em figuras excêntricas, como o espadachim que tatuava no braço esquerdo o nome de cada oponente vencido.
Swordsman II (1992)
Baseada no romance O Sorriso Orgulhoso, esta trilogia de Hong Kong deu um salto de qualidade ao trocar o protagonista do primeiro filme por Jet Li. Em Swordsman II, o astro interpreta Linghu Chong numa disputa movida por ambição e vingança, e divide os holofotes com Brigitte Lin em um de seus papéis mais icônicos.
O enredo ignora boa parte do elenco original, facilitando a vida de quem nunca viu Swordsman. Somado a isso, o longa foi indicado a diversos prêmios locais graças à fotografia vibrante e às lutas exuberantes, que misturam fios, espadas voadoras e golpes que desafiam a gravidade.
In the Line of Duty IV: Witness (1989)
A série Yes, Madam/In the Line of Duty começou com Michelle Yeoh, mas foi no quarto longa que atingiu o auge. Cynthia Khan assume a frente como investigadora perita em chutes altos, enquanto Donnie Yen participa em um raro papel de antagonista.
Imagem: Imagem: Divulgação
A ligação entre os capítulos é frouxa: o ponto em comum é sempre uma policial que bate mais que fala. Em Witness, um pescador é incriminado e precisa colaborar com a detetive para provar a inocência. A química entre Khan e Yen, aliada a perseguições nas ruas de Hong Kong, rende cenas de tirar o fôlego que dispensam qualquer contexto prévio.
Tiger Cage 2 (1990)
Apesar do numeral no título, Tiger Cage 2 não reutiliza personagens do longa anterior. A única coincidência é o retorno de Donnie Yen e de um colega de elenco, mas em papéis completamente novos. Isso abre espaço para uma dinâmica bem-humorada entre Yen e Rosamund Kwan, forçados a atuar lado a lado depois de se meterem em um assalto mal-sucedido.
O grande destaque está no ato final: em vez de um combate decisivo, o herói enfrenta quatro adversários em sequência, cada um com estilos de luta distintos. A sensação é de avançar fases de videogame, garantindo clímax prolongado e adrenalina do início ao fim.
Por que essas sequências funcionam tão bem?
O ponto comum entre as cinco produções é a autonomia narrativa. Os roteiros evitam referências profundas ao passado, permitindo que o espectador chegue “frio” e aproveite a jornada sem explicações longas. Além disso, todas exibem coreografias mais refinadas que seus predecessores, seja pela presença de astros em ascensão ou pelo aumento de orçamento.
Quem gosta de filmes de artes marciais costuma buscar cenas de ação inovadoras e personagens carismáticos. Essas continuações entregam exatamente isso, superando as expectativas e, muitas vezes, eclipsando o material que lhes deu origem.
Sequências de filmes de artes marciais: vale pular o primeiro?
Se a dúvida persistir, a resposta é simples: pode ir direto na sequência. Mesmo que você volte depois para conferir o capítulo inicial, dificilmente terá a mesma dose de adrenalina que essas pérolas oferecem. Então coloque os títulos na lista, ajuste o sofá e mergulhe nessas pancadarias cinematográficas.
