Quatro décadas depois da estreia, “The Last Dragon” ainda chama atenção pela mistura improvável de artes marciais, musical inspirado na Motown e humor blaxploitation. Lançado em 22 de março de 1985, o longa-metragem dirigido por Michael Schultz se transformou em referência para quem gosta de produções extravagantes da década de 1980.

Hoje, o filme retorna às conversas sobre cultura pop graças ao visual colorido, à trilha cheia de hits e ao carisma dos personagens. A seguir, o Resumo de Novelas apresenta tudo o que você precisa saber sobre essa produção que continua a conquistar novos públicos.

Enredo combina jornada espiritual e comédia de ação

No centro de “The Last Dragon” está Leroy Green, vivido por Taimak. O jovem praticante de kung fu recebe de seu mestre a missão de encontrar o enigmático Sum Dum Goy para alcançar o título de “Último Dragão” – estado em que o lutador concentra tanta energia que literalmente emite um brilho. Leroy, porém, prefere vagar pelas ruas de Nova York vestido como um samurai, sempre em ritmo tranquilo.

Enquanto procura respostas espirituais, o herói cruza com uma série de obstáculos inusitados. Entre eles, a apresentadora de TV Laura Charles (Vanity), sequestrada por capangas de Eddie Arkadian (Christopher Murney), empresário de fliperamas que quer promover a namorada aspirante a cantora. Sem querer, Leroy se torna guarda-costas da apresentadora, perde um medalhão importante na confusão e ainda precisa lidar com a família, que administra uma pizzaria no Harlem.

Vilões excêntricos dominam a tela

O antagonista mais marcante atende pelo nome Sho’nuff, autointitulado “Shogun do Harlem” e interpretado por Julius Carry. Em cada aparição, o personagem surge com óculos de persiana preta, quimono camuflado em vermelho e uma postura que beira o teatral. Sua obsessão em provar quem é o “mestre” das lutas rende duelos cheios de frases de efeito.

Outro obstáculo é Arkadian, retratado como um vilão de desenho animado. Sempre acompanhado de guarda-costas caricatos, ele faz de tudo para ver a namorada Angela (Faith Prince) cantar na televisão. Com olhos esbugalhados e planos mirabolantes, o empresário representa a ganância da cena musical da época.

Estética oitentista dá o tom da aventura

Colorido é pouco para descrever “The Last Dragon”. Do figurino neon usado em clipes dentro do filme às ruas grafitadas da Manhattan dos anos 1980, cada cenário reforça a proposta multicultural da produção. Uma cena mostra drag queens, dançarinos de break, gangues e fãs de Bruce Lee dividindo a mesma sala de cinema – imagem que resume bem o espírito coletivo da trama.

O longa também apresenta grupos chineses que ironizam o protagonista por adotar hábitos asiáticos, além de gangues de dançarinos que desafiam Leroy em disputas coreografadas. Toda essa ambientação serve como pano de fundo para lutas coreografadas em plano aberto, permitindo ao público acompanhar cada golpe.

Sequência final com “Glow” é ponto alto

O confronto derradeiro entre Leroy e Sho’nuff acontece em um armazém abandonado. Ali, ambos alcançam o “Glow”, efeito visual que colore as mãos e os corpos durante a luta. A cena se tornou icônica justamente pelo exagero visual e pela trilha pulsante que acompanha cada soco.

Música Motown embala cada sequência

Produzido por Berry Gordy, fundador da Motown Records, “The Last Dragon” traz uma seleção de canções que inclui faixas de Stevie Wonder, DeBarge e Rockwell. O principal sucesso é “Rhythm of the Night”, usado em um videoclipe interno do filme e depois alçado ao topo das paradas norte-americanas.

A trilha sonora ganhou álbum próprio e ajudou a consolidar a popularidade do longa. Muitas cenas são coreografadas como videoclipes, mantendo a energia alta e funcionando como vitrine para músicas dançantes.

Dados de produção e elenco

• Direção: Michael Schultz
• Produção: Berry Gordy
• Roteiro: Louis Venosta
• Classificação indicativa: PG-13
• Duração: 109 minutos
• Elenco principal: Taimak (Leroy Green), Vanity (Laura Charles), Julius Carry (Sho’nuff), Christopher Murney (Eddie Arkadian), Faith Prince (Angela).

Recepção e legado de um clássico cult

Na época do lançamento, “The Last Dragon” recebeu avaliações mistas da crítica, mas ganhou fãs rapidamente pelo boca a boca. Atualmente, o longa ostenta status de clássico cult, citado em listas de melhores filmes de artes marciais e reverenciado em convenções geek.

O design multicultural, a trilha de peso e o humor intencionalmente exagerado mantêm a obra viva. Plataformas de streaming e edições especiais em Blu-ray ajudam a apresentar o filme a novas gerações, que descobrem como “The Last Dragon” antecipa debates sobre representatividade ao misturar influências afro-americanas, asiáticas e latinas em um único universo ficcional.

Disponibilidade

Até o momento, “The Last Dragon” pode ser encontrado em serviços de vídeo sob demanda e em edições físicas importadas. A procura costuma aumentar próximo a aniversários de lançamento, quando maratonas temáticas de clássicos dos anos 1980 voltam ao catálogo.

Mesmo passados 40 anos, o longa segue relevante por sua combinação única de kung fu, soul, humor e fantasia neon. Para quem curte produções extravagantes, “The Last Dragon” permanece uma opção vibrante e cheia de personalidade.

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