A Netflix acaba de ganhar mais um fenômeno mundial. “O Monstro de Florença” estreou há poucos dias e já aparece no topo do ranking global da plataforma, chamando atenção de fãs de suspense, novelas e doramas que buscam tramas intensas e cheias de reviravoltas.
Com apenas quatro episódios, a produção italiana revive uma série de assassinatos que chocou o país, mas vai além do mistério policial. A narrativa coloca em debate a repressão sexual e a cultura machista que, segundo a série, ajuda a criar monstros de carne e osso.
Enredo revisita crimes reais na Toscana
Ambientada entre as décadas de 1970 e 1980, a minissérie acompanha a onda de homicídios atribuída a um assassino apelidado de “Monstro de Florença”. O criminoso atacava casais em áreas isoladas nos arredores da cidade, sempre usando a mesma arma: uma pistola Beretta calibre .22.
A obra não segue o caminho tradicional de whodunit. Em vez de concentrar todas as cenas na investigação, o roteiro prefere mostrar como uma sociedade marcada pela violência e pelo desejo reprimido fornece solo fértil para atos brutais.
Personagens expõem a masculinidade tóxica
Os irmãos Stefano (Marco Bullitta) e Salvatore (Valentino Mannias) sintetizam a realidade opressora retratada em “O Monstro de Florença”. Stefano é submisso e inseguro; Salvatore, por sua vez, personifica o “macho alfa” violento e controlador. Apesar de temperamentos opostos, os dois compartilham o mesmo segredo: ambos amam homens, mas se escondem por medo de represálias.
Nesse cenário, Barbara (Francesca Olia) surge como ponto de tensão. Ela sofre traições, manipulações e é usada como moeda em disputas de poder, ilustrando como o sistema patriarcal afeta mulheres em todos os níveis.
Direção de Stefano Sollima reforça clima opressivo
Com passagens por “Suburra” e “ZeroZeroZero”, o diretor Stefano Sollima adota uma estética fria e sombria para retratar a Florença setentista. Ruas molhadas, interiores claustrofóbicos e espelhos repletos de sombras compõem o cenário. Cada escolha de câmera reforça a sensação de prisão emocional vivida pelas personagens.
O resultado é um thriller que transita entre erotismo e horror, sem glamourizar a violência. Cenas de nudez e agressão surgem de forma crua, convidando o espectador a sentir o peso da culpa e do desejo.
Série faz sucesso global na Netflix
Lançada mundialmente em 17 de abril, “O Monstro de Florença” rapidamente ocupou o primeiro lugar nas paradas de audiência da Netflix. A combinação de suspense baseado em fatos reais, crítica social e ritmo enxuto — pouco mais de quatro horas de duração — atraiu públicos diversos, inclusive quem costuma acompanhar novelas e doramas.
Imagem: Netflix.
A equipe de 365 Filmes monitorou o desempenho da produção ao longo da primeira semana e confirmou o crescimento contínuo de buscas por informações sobre o caso original, evidenciando o impacto da minissérie dentro e fora da Itália.
Por que a história continua relevante
Embora os crimes tenham cessado quando Salvatore desapareceu, a identidade oficial do assassino jamais foi determinada. A série termina justamente nesse ponto, evitando conclusões fáceis. Ao fazer isso, relembra que o verdadeiro terror pode residir nas regras sociais que legitimam a violência cotidiana.
A mensagem ecoa em debates atuais sobre masculinidade e violência de gênero, tópicos que também permeiam muitas produções contemporâneas de sucesso, sejam elas europeias, asiáticas ou latino-americanas.
Ficha técnica essencial
- Título original: Il Mostro
- Direção: Stefano Sollima
- Episódios: 4
- Duração total: aproximadamente 4 horas
- Elenco principal: Marco Bullitta, Valentino Mannias, Francesca Olia
- Plataforma: Netflix (Top 1 global)
- Gênero: Thriller, crime real, drama
Onde assistir
“O Monstro de Florença” está disponível exclusivamente na Netflix. Todos os episódios podem ser maratonados em sequência, ideal para quem prefere séries curtas e cheias de tensão.
Se você gosta de narrativas que misturam crime real, crítica social e personagens complexos, vale reservar algumas horas para conferir essa minissérie que já movimenta conversas no mundo todo.
