Traficar armas para a CIA hoje, transportar cocaína para o cartel de Medellín amanhã: essa era a rotina nada comum de Barry Seal, protagonista de “Feito na América”. Lançado em 2017, o longa já pode ser visto na Netflix e traz Tom Cruise no papel do piloto que trocou a segurança da companhia aérea TWA pela adrenalina de missões clandestinas.

Baseado em fatos verídicos, o filme de Doug Liman expõe as contradições da política externa dos Estados Unidos nos anos 1980, temperando ação com humor ácido. Se você gosta de tramas inspiradas em histórias reais repletas de reviravoltas, vale conferir como Cruise conduz essa jornada de ambição desenfreada.

Quem é Barry Seal em “Feito na América”

Barry Seal começou como piloto comercial da TWA, mas seu talento nos ares chamou a atenção da CIA. A agência o recrutou para fotografar movimentos guerrilheiros na América Central, prometendo prestígio e dinheiro rápido. Seduzido, ele topou o desafio e passou a voar baixo — literalmente — sobre territórios instáveis, registrando imagens estratégicas para o governo norte-americano.

O problema é que a fronteira entre espionagem e crime organizado se mostrou tênue. Ao mesmo tempo em que trabalhava para Washington, Seal foi aliciado por representantes do cartel de Medellín, entre eles os nomes de Pablo Escobar e Jorge Ochoa. A proposta? Usar seus aviões para transportar cocaína rumo aos Estados Unidos e, claro, enriquecer em tempo recorde.

Como o filme retrata a dupla vida do piloto

Doug Liman adota câmeras agitadas, cortes fragmentados e fotografia granulada de César Charlone para simular a atmosfera caótica vivida pelo protagonista. Cada plano reforça a sensação de que tudo é espetáculo, uma encenação onde a verdade pouco importa. Esse estilo vigoroso mantém o ritmo lá em cima, garantindo retenção — algo essencial para quem navega pelo Discover.

A trilha sonora recheada de hits oitentistas cria contraste entre euforia e decadência, enquanto a montagem de Andrew Mondshein evidencia o acúmulo de dinheiro, mentiras e perigo. No meio desse vendaval, Tom Cruise entrega carisma e vulnerabilidade. Barry parece dominar o próprio destino, mas logo percebe que é apenas peça descartável num jogo muito maior.

Por que “Feito na América” continua atual

Mesmo ambientado há quatro décadas, o filme ressoa hoje ao expor como interesses governamentais e redes criminosas podem convergir. A CIA, por exemplo, incentiva Seal a traficar armas para grupos paramilitares na Nicarágua, enquanto fecha os olhos para os tijolos de cocaína que ele traz de volta. Esse paradoxo rende momentos de humor mordaz, mas também revela a hipocrisia institucional.

Para quem acompanha produções baseadas em fatos reais, a narrativa oferece uma perspectiva crítica sobre a intervenção norte-americana na América Latina. O roteiro demonstra que política, poder e lucro circulam pelas mesmas rotas aéreas — e que a moral, muitas vezes, pega carona no porão da aeronave.

Principais dados do longa

  • Título original: American Made
  • Título no Brasil: Feito na América
  • Direção: Doug Liman
  • Elenco: Tom Cruise, Sarah Wright, Domhnall Gleeson
  • Ano de lançamento: 2017
  • Duração: 1h55
  • Gêneros: ação, comédia, crime, drama, thriller

Onde assistir e por que vale a pena

“Feito na América” está disponível no catálogo global da Netflix. Para quem busca filmes leves, mas com conteúdo histórico, a produção apresenta a mistura certa de adrenalina e crítica social. Os voos clandestinos, as malas recheadas de dinheiro e o humor sarcástico tornam a experiência dinâmica, especialmente para quem maratona títulos do 365 Filmes e gosta de descobrir obras que unem entretenimento e fatos reais.

Uma história real que parece ficção

O mais impressionante é lembrar que a trama não nasceu na cabeça de roteiristas: Barry Seal existiu. Ele realmente enriqueceu mais rápido do que pôde contar, espalhou dólares em pequenas cidades americanas e acabou se tornando alvo tanto da Justiça quanto dos antigos comparsas. Essa tensão constante mantém o público ligado — e dá ao filme um teor quase inacreditável.

Conclusão: adrenalina, ironia e fatos verídicos

Reunindo cenas aéreas de tirar o fôlego, humor afiado e críticas ao jogo de poder, “Feito na América” reutiliza a imagem de galã aventureiro de Tom Cruise de forma surpreendente. Para quem procura um título que expõe a linha fina entre heroísmo e conivência, o longa entrega mais que puro entretenimento: ele coloca o espectador frente a frente com as engrenagens por trás de grandes escândalos da era Reagan.

E então, pronto para embarcar nesse voo turbulento? “Feito na América” aguarda seu play na Netflix.

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