Brilho, paetês e números musicais turbinados. “Burlesque”, longa de 2010, acaba de reconquistar espaço na Netflix e tem tudo para fisgar quem busca puro entretenimento sem culpa.
O filme estrelado por Cher e Christina Aguilera nunca escondeu sua proposta: duas horas de glamour, coreografias afiadas e canções poderosas. Nada de grandes reviravoltas, apenas a velha fantasia de que um palco pode mudar destinos.
Do interior ao palco principal: a trama enxuta de “Burlesque”
Dirigido por Steve Antin, o musical apresenta Ali Rose (Christina Aguilera), jovem que abandona a rotina em uma cidade pequena para tentar a sorte em Los Angeles. O destino a leva ao Burlesque Lounge, clube comandado por Tess (Cher), uma lenda viva que equilibra carisma e dívidas.
Ali começa como garçonete, mas o talento vocal logo a promove ao centro do palco. A narrativa gira em torno dessa ascensão meteórica, dos bastidores cheios de rivalidades e do impasse financeiro que ameaça fechar as cortinas do bar. O conflito é simples: ou a casa lota, ou as contas vencem.
Elenco carismático segura a história
Cher, vencedora do Oscar, interpreta Tess como quem conhece todos os truques da noite. Mesmo quando a trama se apoia em clichês, seu magnetismo mantém a plateia ligada. Já Aguilera transforma cada canção em demonstração de potência vocal. Falar em “filme Burlesque” é falar em performances que fazem a tela tremer.
Stanley Tucci, como braço direito de Tess, entrega tiradas afiadas e funciona como contraponto cômico. O trio, somado a coadjuvantes como Cam Gigandet e Kristen Bell, agrega leveza a uma história que não pretende ser profunda.
Musical com DNA pop e acabamento de videoclipe
Gravado em cenários que simulam um cabaré prestes a explodir em neon, “Burlesque” aposta em figurinos com penas, brilho e muita pele à mostra, mas sempre dentro da classificação PG-13. As canções, lapidadas em estúdio, foram compostas por nomes de peso do pop e do R&B, garantindo refrões fáceis de grudar.
Para quem gosta de números grandiosos, há coreografias sincronizadas eficientes, mesmo que falte o “erro humano” típico de shows ao vivo. O filme prefere a estética impecável, algo entre videoclipe e comercial de perfume, escolha que reforça sua pegada escapista.
Por que “Burlesque” voltou a bombar na Netflix?
Musicais costumam ressurgir em ciclos, e “Burlesque” se beneficia da atual onda nostálgica. Além disso, a plataforma destaca produções com alto potencial de maratonas leves. Em tempos de séries densas, assistir a um “filme Burlesque” que não exige esforço pode soar convidativo.
Outro fator é a base de fãs de Aguilera e Cher, sempre ativa nas redes sociais. Com playlists revivendo hits como “Show Me How You Burlesque” e “You Haven’t Seen the Last of Me”, o algoritmo da Netflix identifica demanda e empurra o título para a aba “Em Alta”.
Recepção crítica e público fiel
Lançado em 24 de novembro de 2010 nos Estados Unidos, o musical dividiu a imprensa especializada. Alguns veículos elogiaram a energia dos números musicais; outros apontaram roteiro raso. Mesmo assim, arrecadou mais de 90 milhões de dólares mundialmente, valor respeitável diante do orçamento estimado em 55 milhões.
Imagem: Imagem: Divulgação
Com o tempo, o longa virou cult guilty pleasure. Nas redes, muitos admitem ter vergonha de assumir o quanto gostam da produção, mas continuam revisitando o conteúdo sempre que precisam de “good vibes”. Não à toa, a nota de usuários em plataformas de avaliação mantém-se estável na faixa de 6 a 7, enquanto alguns críticos concedem até 8/10 pelo fator diversão.
Principais curiosidades de bastidores
Treinamento vocal e físico intenso
Christina Aguilera passou meses em aulas de dança e interpretação para dominar o estilo burlesco. Mesmo veterana nos palcos, a cantora precisou adaptar movimentos ao espaço reduzido do cenário, onde cadeiras, bastões e correntes fazem parte das coreografias.
Primeiro papel de destaque de Aguilera no cinema
“Burlesque” marcou a estreia da artista como protagonista em longa-metragem. Antes disso, Aguilera tinha participações pontuais em programas de TV e trilhas sonoras, mas nunca havia liderado um elenco no cinema.
Cante ao vivo? Não exatamente
A maioria das músicas foi pré-gravada em estúdio e dublada no set para preservar a qualidade sonora. Essa prática, comum em Hollywood, reforça o clima de show perfeito, porém reduz a sensação de espontaneidade.
Vale a reprodução?
Se o espectador procura drama sofisticado, talvez seja melhor avançar na lista. No entanto, para quem quer desligar a mente e se deixar levar por figurinos reluzentes, “Burlesque” cumpre o prometido. No catálogo da Netflix, o filme dura 119 minutos e está disponível com legendas e dublagem em português.
Na prática, o longa funciona como antídoto rápido contra dias cinzentos: liga-se a TV, aumenta-se o volume e deixa-se o glitter fazer o resto. O site 365 Filmes notou aumento de buscas pelo título desde que ele voltou ao ranking dos mais assistidos na plataforma.
Ficha técnica resumida
Título original: Burlesque
Direção: Steve Antin
Elenco principal: Cher, Christina Aguilera, Stanley Tucci, Cam Gigandet, Kristen Bell
Ano de lançamento: 2010
Duração: 119 minutos
Gênero: Drama, Romance, Musical
Classificação indicativa: 12 anos (equivalente ao PG-13 norte-americano)
