O gênero de super-herói não é exclusividade de Hollywood. Em vários cantos do planeta, diretores usam mitologia local, críticas sociais e estilos próprios para criar tramas cheias de ação e humanidade.
De Tóquio a Jacarta, cada produção abaixo mostra que coragem, sacrifício e moralidade falam todas as línguas. Resumo de Novelas reuniu os principais destaques para você colocar já na lista.
Devilman (2004) – Japão
Inspirado no mangá de Go Nagai, Devilman mistura horror e tragédia ao contar a história de Akira Fudo, adolescente possuído por um demônio que, mesmo assim, decide proteger os inocentes de um apocalipse iminente. O longa aborda dualidade moral, preconceito e o fino limite entre salvador e monstro. Apesar de efeitos visuais datados e da narrativa simplificada em relação aos quadrinhos, a obra ganhou status cult graças ao visual ousado e ao tom operístico. Antes mesmo de Hollywood flertar com anti-heróis, o Japão já questionava o que acontece quando o poder absoluto se volta contra um mundo que teme quem o possui.
Krrish (2006) – Índia
Sequência espiritual de Koi… Mil Gaya, o filme apresenta Krishna Mehra, jovem que herda habilidades sobre-humanas após o contato alienígena vivido por seu pai. Hrithik Roshan entrega um herói dividido entre destino e anonimato, enquanto o diretor Rakesh Roshan mistura ficção científica, melodrama familiar e números musicais em grande escala. O resultado foi o surgimento de um universo conectado que dialoga tanto com mitos indianos quanto com o modelo ocidental de super-herói, sempre guiado pela forte relação entre mãe e filho.
The Invisible Boy (2014) – Itália
Dirigido por Gabriele Salvatores, o longa acompanha Michele, garoto de 13 anos que descobre poder ficar invisível após vestir uma fantasia misteriosa. Em vez de priorizar explosões, a narrativa foca nas dores da adolescência e no sentimento de não pertencimento. A invisibilidade funciona como metáfora para a fase em que crescer pode significar passar despercebido. O sucesso rendeu a continuação The Invisible Boy: Second Generation, que ampliou o universo criado.
Psychokinesis (2018) – Coreia do Sul
Do mesmo diretor de Invasão Zumbi, Yeon Sang-ho, surge esta comédia dramática sobre um pai comum que, de repente, passa a mover objetos com a mente. Ele usa o dom para ajudar a filha a salvar o negócio da família de incorporadoras corruptas. Em vez de salvar o planeta, o protagonista luta por uma pequena comunidade, conferindo escala humana ao roteiro. O filme ainda critica desigualdade social e abuso de poder, sempre equilibrando humor, emoção e ação criativa.
How I Became a Superhero (2021) – França
Ambientado em uma Paris onde pessoas com poderes convivem com cidadãos comuns, o longa de Douglas Attal mistura noir policial e drama urbano. O detetive Gary Moreau investiga uma droga de mercado negro que concede habilidades temporárias. Com atmosfera sombria e pegada realista, a produção questiona ética e responsabilidade em um mundo no qual poderes viram moeda social.
Griff the Invisible (2010) – Austrália
Esta joia independente retrata Griff, funcionário tímido que veste um uniforme para combater o crime – talvez apenas em sua imaginação. O diretor Leon Ford trata as possíveis alucinações do protagonista como esperança, não loucura, mostrando que heroísmo também é um ato de autoconfiança. O filme celebra sonhadores que buscam sentido em um cotidiano solitário.
SuperBob (2015) – Reino Unido
Brett Goldstein vive um carteiro que vira o único super-herói do planeta depois de ser atingido por um meteorito. Filmado em formato de falso documentário, a obra satiriza burocracia governamental, mídia sensacionalista e encontros amorosos desastrosos. No centro da comédia, permanece a pergunta: ter poder facilita ou complica a vida?
Imagem: Imagem: Divulgação
iBoy (2017) – Reino Unido
Produção da Netflix que une vingança de rua e toque cyberpunk. Após levar um tiro, Tom Harvey (Bill Milner) fica com fragmentos de celular no cérebro e passa a controlar dispositivos eletrônicos. Ele decide usar a capacidade para proteger a amiga Lucy (Maisie Williams) de uma gangue violenta. A história explora isolamento e consequências emocionais de um dom que transforma tecnologia em arma – e maldição.
Supervized (2019) – Reino Unido/Irlanda
Tom Berenger e Beau Bridges lideram um elenco de veteranos que vivem ex-heróis em uma casa de repouso na Irlanda. Ao desconfiar de irregularidades no local, o grupo se reúne para uma última missão. A comédia mistura humor ácido e melancolia para refletir sobre envelhecer sem perder o espírito de luta. O filme mostra que a verdadeira força pode residir justamente na vulnerabilidade.
Sri Asih (2022) – Indonésia
Segundo capítulo do Bumilangit Cinematic Universe, a produção apresenta Alana, reencarnação da deusa da justiça na mitologia javanesa. Dirigido por Upi Avianto, o longa combina folclore, artes marciais e efeitos modernos, entregando espetáculo que não abre mão da identidade indonésia. Pevita Pearce traz carisma e firmeza à protagonista, provando que heróis locais podem encantar plateias globais.
Por que assistir a esses títulos agora?
Esses dez filmes confirmam que o ideal heroico supera fronteiras e línguas. Cada história reinventa o gênero ao refletir valores, lendas e problemas sociais específicos de sua região. Para quem busca renovar a maratona de super-heróis, vale ampliar o radar e dar chance a produções que fogem do eixo Marvel-DC.
Onde encontrar essas produções
A disponibilidade varia conforme o país, mas serviços de streaming, plataformas sob demanda e mídias físicas costumam oferecer vários dos títulos listados. Vale pesquisar pelo nome original e pelo ano de lançamento para localizar o filme desejado.
Agora é sua vez: escolha um destes longas, convide os amigos e descubra como diferentes culturas vestem a capa da coragem. Depois, volte aqui e conte qual foi o seu favorito.
