Lotfy Nathan retorna ao cinema com The Carpenter’s Son, longa de terror ambientado no Império Romano e centrado na adolescência de Jesus. A produção mistura passagens de evangelhos apócrifos com clima de filme de possessão, prometendo causar debate sobre fé, tentação e família.

No elenco, Nicolas Cage interpreta o pai adotivo de um jovem salvador vivido por Noah Jupe. A presença do astro, conhecida por papéis excêntricos, contrasta com a atmosfera histórica buscada pelo diretor, criando um choque que já desperta curiosidade — e controvérsia — entre os fãs de cinema e de narrativas religiosas.

Enredo foca nos anos perdidos de Jesus

Situado no ano 15 d.C., The Carpenter’s Son adapta livremente o Evangelho da Infância de Tomé, texto do século II que descreve a juventude de Cristo repleta de provações sombrias. O roteiro mostra o rapaz, aqui chamado apenas de “O Menino”, lidando com habilidades que incluem conceder e retirar a vida, enquanto tenta entender sua verdadeira origem.

Na trama, o Carpinteiro (Cage) e a Mãe (FKA twigs) escondem do filho que ele foi gerado de forma sobrenatural. Quando a família se muda para uma aldeia no Egito — filmada na Grécia —, eles mentem sobre o passado para fugir de perseguições religiosas. Logo, rumores sobre milagres realizados pelo garoto se espalham, colocando todos em perigo.

Noah Jupe vive Jesus em conflito interno

Com 21 anos, Noah Jupe assume um papel desafiador: um Jesus ainda imaturo, dividido entre compaixão e impulsos sombrios. O ator encarna a confusão do personagem diante de sonhos de crucifixão e do assédio de uma estranha figura demoníaca, interpretada por Isla Johnston, que o provoca a todo instante.

Uma das cenas-chave envolve um “jogo” no qual a Estranha empurra o rapaz sobre um leproso. O doente é curado milagrosamente, reforçando suspeitas de poderes divinos. Em outra sequência, o jovem esmaga um gafanhoto nas mãos e o ressuscita logo depois, testando os próprios limites.

Elenco estelar traz contrastes de tom

Nicolas Cage, também produtor do longa, incorpora o Carpinteiro com gestos intensos e fala carregada de urgência. O personagem vive em alerta, certo de que “a calamidade os segue” caso alguém descubra a identidade do filho. Essa atuação explosiva, somada ao carisma peculiar do ator, acentua o descompasso entre realidade histórica e presença de celebridades reconhecíveis.

Já FKA twigs surge em seu segundo grande papel no cinema após o remake de The Crow (2024). A artista mantém postura serena, o que contrasta com a gravidade da situação que sua personagem enfrenta: ter gerado o messias. Críticos apontam que essa escolha de elenco causa estranhamento em uma produção que busca precisão de época.

Direção e fotografia destacam o clima de ameaça

Lotfy Nathan conduz a narrativa em ritmo deliberadamente lento, recheado de símbolos religiosos e vozes em off enigmáticas do Carpinteiro. A fotografia de Simon Beaufils emprega tons terrosos, criando uma sensação tátil de poeira e madeira talhada que remete às aldeias do deserto.

No terço final, o filme acelera e abraça o horror pleno, exibindo visões infernais enquanto o protagonista encara a tentação e questiona as mentiras dos pais. Para quem acompanha 365 Filmes, é nessa reta final que o longa encontra seu maior impacto visual e emocional.

Lançamento, equipe e bastidores

O longa tem estreia mundial marcada para 30 de outubro de 2025. Além de Cage, a produção reúne Riccardo Maddalosso e Julie Viez, nomes envolvidos em projetos de gênero recentes. O próprio diretor assina o roteiro, mantendo controle criativo sobre a abordagem “herética” do material original.

Confira os principais créditos confirmados:

  • Direção: Lotfy Nathan
  • Roteiro: Lotfy Nathan
  • Produtores: Nicolas Cage, Riccardo Maddalosso, Julie Viez
  • Elenco principal: Nicolas Cage (O Carpinteiro), Noah Jupe (O Menino), FKA twigs (A Mãe), Isla Johnston (A Estranha)
  • Gênero: Horror / Fantasia bíblica

Recepção inicial aponta divisões

Em avaliações preliminares, o filme recebeu nota 5/10, reflexo de elogios à atuação de Jupe e críticas ao tom irregular causado pelo casting estelar. Muitos analistas afirmam que o público pode sentir necessidade de conhecer o evangelho apócrifo para absorver totalmente a história.

Apesar disso, a combinação de terror bíblico, questionamentos morais e a presença de Nicolas Cage deve atrair quem busca narrativas ousadas sobre fé. Para os curiosos por tramas espirituais com pitada de suspense, The Carpenter’s Son promete uma experiência, no mínimo, intrigante.

Por que ficar de olho em The Carpenter’s Son

O projeto se destaca ao retratar Jesus como figura vulnerável, algo raro no cinema mainstream. A tensão entre benevolência e malevolência, somada às influências de textos considerados heréticos, coloca o filme em terreno pouco explorado.

Se você gosta de dramas históricos com atmosfera sombria, vale marcar a data de estreia. Resta saber se o longa encontrará equilíbrio entre ambição teológica e entretenimento de horror, ou se ficará marcado apenas pelo contraste entre performance contida de Jupe e o show explosivo de Cage.

Sou redator especializado em conteúdo de entretenimento para o mercado digital. Desde 2021, produzo análises, dicas e críticas sobre o mundo do entretenimento, com experiência como colunista em sites de referência.

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