Um garoto de 12 anos, um traje cor-de-rosa que deixa rastros de arco-íris e duas épocas separadas por séculos. Assim começa “Arco”, animação francesa dirigida por Ugo Bienvenu que aposta na nostalgia estética dos anos 1950 para falar de futuro e crise climática.
Com estreia mundial prevista para 22 de outubro de 2025 e chegada aos cinemas norte-americanos em 14 de novembro, o filme já chama atenção pela mistura de aventura, romance adolescente e temas ecológicos, prometendo fisgar fãs de novelas, doramas e produções family-friendly.
Trama viaja do futuro distante a 2075
O “filme Arco” acompanha o protagonista homônimo (voz de Juliano Valdi), morador de um futuro tão remoto que a Terra se tornou um imenso oceano. A humanidade construiu casas suspensas nas nuvens e proibiu qualquer criança com menos de 12 anos de voar. Curioso e inquieto, Arco rouba a capa aérea da irmã, dispara pelos céus e acaba perdendo o controle.
O pouso forçado não acontece apenas em outro lugar, mas também em outra época: uma floresta no ano de 2075. Nesse período intermediário, o planeta sofre com inundações, incêndios e tempestades quase diárias, apesar do uso massivo de inteligência artificial para manter cidades domadas por cúpulas translúcidas.
Encontro com Iris
Longe da aula conduzida por robôs, Iris (Romy Fay) encontra Arco e decide ajudá-lo a voltar para casa. O problema: uma joia que refrata luz, parte essencial do traje temporal, foi perdida durante a queda. Sem ela, só um raro fenômeno de sol e chuva simultâneos permitiria o salto de volta.
Estética de Astro Boy e Jetsons
Visualmente, o “filme Arco” mergulha em referências como Astro Boy, The Jetsons e a primeira fase de Star Trek, evocando a era de otimismo científico que marcou a corrida espacial. O diretor Ugo Bienvenu usa cores chapadas, contornos definidos e um leve desfoque de movimento para reproduzir a sensação de animações de meados do século passado.
Essa escolha não é mero charme. Ao homenagear o passado, a produção convida o público a recuperar a esperança de que tecnologia e imaginação podem apontar saídas plausíveis para a emergência climática, tema central da narrativa.
Robôs onipresentes e laços familiares ausentes
No ano de 2075, praticamente todas as tarefas — ensinar, limpar, cozinhar, apagar incêndios — foram delegadas a androides. Iris convive com Mikki, robô dublado por Natalie Portman e Mark Ruffalo, que também interpretam os pais da garota em transmissões holográficas. A ausência física dos adultos revela outro dilema: a tecnologia resolve problemas práticos, mas aprofunda o distanciamento humano.
Ao observar o cotidiano da amiga, Arco estranha até o hábito de comprar em lojas, já que, em seu tempo, casas são autossuficientes. A dupla começa então a questionar o preço de tanta conveniência e de tanto isolamento em relação à natureza.
Imagem: Imagem: Divulgação
Antagonistas trapalhões
Nem só de clima hostil vive a tensão do “filme Arco”. Três irmãos atrapalhados — Dougie, Stewie e Frankie, dublados por Will Ferrell, Andy Samberg e Flea — caçam há décadas a origem dos misteriosos rastros de arco-íris no céu. Com ternos em tons pastel e óculos triangulares gigantes, os três não representam grande ameaça, mas criam obstáculos cômicos para Arco e Iris.
Mensagem otimista sem ignorar riscos
Apesar do pano de fundo apocalíptico, “Arco” mantém tom esperançoso. A ligação entre os protagonistas, o amor compartilhado por pássaros e a determinação em reencontrar a joia refletem a confiança juvenil em soluções colaborativas. Ao mesmo tempo, o longa sugere cautela no uso indiscriminado de tecnologia que substitui vínculos afetivos.
O clímax envolve a tentativa de gerar artificialmente chuva e sol ao mesmo tempo, iniciativa que exige coragem e improviso. Enquanto a cidade se prepara para um incêndio devastador, a dupla corre contra o relógio para restaurar a peça perdida do traje temporal e escapar dos irmãos caçadores de arco-íris.
Ficha técnica e lançamento
Dirigido por Ugo Bienvenu, que também assina o roteiro ao lado de Félix de Givry, o “filme Arco” tem 82 minutos de duração e classificação indicativa PG. A produção reúne Natalie Portman e Sophie Mas como produtoras, além de um elenco de vozes que inclui America Ferrera, Roeg Sutherland, Alma Jodorowsky e Swann Arlaud.
A estreia internacional está marcada para 22 de outubro de 2025, com lançamento nos Estados Unidos agendado para 14 de novembro. O site 365 Filmes acompanhará de perto as exibições no Brasil, que ainda não têm data confirmada.
Por que vale ficar de olho
Com roteiro enxuto, atuações renomadas e forte apelo visual, “Arco” surge como opção diferenciada para quem gosta de animações que equilibram aventura, romance e comentários sociais — ingredientes também presentes em muitas novelas e doramas queridos pelo público.
Se a promessa de uma história sobre amizade, descoberta e cuidado com o planeta se cumpre, espectadores de todas as idades encontrarão um banquete para os olhos e combustível para a imaginação. A contagem regressiva já começou: em poucos meses, os telões receberão o brilho rosa e os rastros multicoloridos desse pequeno grande viajante temporal.
